O Árabe

Idéias, sentimentos, emoções. Oásis que nos ajudam a atravessar os trechos desérticos da vida...

sábado, 22 de dezembro de 2007

O ANO E A ROSA


Aguardais o nascer de um novo ano, como o enamorado aguarda o desabrochar da rosa.

Como ele antecipa a perfeição de suas pétalas, antegozais os dias felizes que vivereis. E enquanto as suas narinas pressentem o delicado aroma, os vossos corações imaginam mil alegrias.

Sois, uns e outro, sonhadores...

e é isto que me encanta em vós!

Porque a rosa, uma vez desabrochada, será como tantas outras; talvez não sejam perfeitas as suas pétalas, nem inebriante o seu aroma. E, por certo, o novo ano não vos trará apenas alegrias, mas também algumas tristezas.

Pois são assim todas as rosas. E são assim todos os anos.

Entretanto, em um momento mágico, eis que a rosa a brotar se torna perfeita; e o ano a nascer abriga a felicidade. Ainda que por um momento, sois capazes de dar vida a vossos sonhos; porque neles acreditais.

Esta é vossa ponte para a felicidade. Porque, para o homem, existe aquilo em que ele acredita. E, se não dura a ilusão mais que um momento, é porque não sois capazes de manter a vossa crença.

Sim: a vossa fé é como a chama de uma vela, pronta a ceder ao primeiro sopro de vento. E que, todavia, enquanto existe pode espalhar a luz.

É este o segredo da vida.

Pois é perfeita a rosa e o ano é o limiar da felicidade, enquanto acreditais e dais vida às vossas esperanças.

Enquanto podeis sonhar, já que ainda não aprendestes a manter os vossos sonhos e, assim, trazê-los ao que chamais realidade.

Eu vos pergunto, entretanto:

- enquanto aguarda o enamorado, não é perfeita a rosa?

- e, enquanto vos desejais feliz ano-novo, não é o vosso um ano feliz?

Esta é a verdade. Que permanece latente em vós.

Por isto, os enamorados sempre aguardarão o nascer das rosas.

E os homens sempre festejarão o Ano-Novo!...

sábado, 15 de dezembro de 2007

O MUNDO DO VERDADEIRO EU

Como o vagalhão impetuoso, que avança sobre a praia e a tudo destrói na sua passagem.

Como o fogaréu que se alastra pela mata e ao qual nada sobrevive, senão a terra calcinada.

Assim são as paixões violentas, em nossa alma.

Porque é certo que o ciúme enlouquece a mais sensata das pessoas; como o invejoso será sempre o mais pobre dos homens, não importando tudo aquilo que possua.

Como um mundo, é o nosso verdadeiro Eu.

Pois nele existem vales tranqüilos, nos quais pode repousar o nosso ser. Mas existem, também, montanhas escarpadas e precipícios sem fundo, onde nos lança a nossa inquietude.

Nada pode ser mais difícil, do que escolher a rota a ser seguida; e, entretanto, é este o único caminho para a felicidade.
É na verdade, que encontramos o destemor; porque a mentira, apenas proferida, nos torna reféns do medo de vê-la descoberta.

É na confiança naqueles a quem amamos, que encontramos a paz. Porque ninguém atravessará o abismo da solidão, se não confiar na ponte que é o amor. Com efeito, é melhor não amar do que não confiar no ser amado.

É no desapego, que encontramos a liberdade. Porque aquele que vive para as suas posses, da própria cupidez se torna escravo.

É ao não julgar os outros, que perdoamos a nós mesmos. Porque, muitas vezes, os erros que neles apontamos serão por nós cometidos no futuro; quanto mais ácida a crítica, nela mais se oculta a voz da inveja.

Como os pássaros, deveríamos fazer; e buscar sempre o céu da nossa alma. Pois assim desfrutaríamos do calor do sol, do frescor da brisa e do perfume das flores. E colorida seria a nossa vida.

Entretanto, é como as toupeiras que mais nos comportamos. Como se ávidos estivéssemos para explorar os nossos túneis mais ocultos, onde nada poderemos encontrar senão as trevas do sofrimento.

É assim que somos, desde o início dos tempos.

Perdidos de nós mesmos...

domingo, 9 de dezembro de 2007

A VERDADE DE CADA UM


Busquemos, antes de tudo, sentir.

Deixemos que o nosso corpo sinta o calor do sol, e o frescor da noite.

Atentemos para o milagre da gravidez. E observemos como uma rosa brota; como, do botão, surge a beleza que nos encanta o coração.

E atentemos para as nossas próprias reações. Notemos como a beleza nos toca; como nos desperta emoções que fogem ao domínio da lógica.

Assim, perceberemos que, em nós, existe algo que foge ao domínio do corpo. E nos encontra em nosso verdadeiro Eu.

Somos mais do que pensamos. Porém, vivemos em função do momento.

E ele não é mais do que um momento; uma gota perdida no infinito oceano que é a Vida.

Deveríamos aprender a ver a Verdade; e descobrir que transcendemos ao corpo.

Somos mais do que os nossos sentidos, do que as nossas passageiras vontades. Porque a Verdade não reside em nosso corpo, mas em nosso verdadeiro Eu.

Dizemos estar sempre em busca de nós mesmos.

E jamais nos encontramos. Porque nos procuramos onde pensamos existir. É quando a Verdade se perde entre nossas ilusões.

Julgamos a nossa beleza pelas reações que desperta entre os que nos cercam. E a nossa inteligência pelos erros e acertos do dia-a-dia. E nos enganamos, porque a beleza não está no corpo; nem a inteligência no aparente sucesso.

Somos o que somos. E não nos deveríamos buscar.

Pois, enquanto o fizermos, não nos encontraremos. Enquanto nos virmos pelos olhos dos outros, jamais nos veremos como somos.

Cada um é como é. E deve procurar apenas a sua verdade.

Pois, para ele, essa é a verdade maior ...

sábado, 1 de dezembro de 2007

DA VIDA

Eu gostaria de ver os vossos corações.

Desnudas as vossas almas, expostos os vossos medos e a vossa coragem, as alegrias e as tristezas, as certezas e as dúvidas. Para que eu vos pudesse mostrar que a maior parte das coisas que vos fazem sofrer não têm maior importância.

Importa que existe a Vida. E é como um mar, em meio ao qual sois os peixes que desconhecem a existência da água, dedicados à caça das iscas que vos lançam os pescadores.
Por isto, sofreis.E vos angustiais, por coisas que amanhã já nem sequer lembrareis.
Pois sempre haverá novas iscas, e na ilusão de seu brilho passageiro encontrareis novas esperanças. Como, nos anzóis que encobrem, estarão novas angústias.

Necessitais descobrir a água.

Para que nela melhor vos possais mover, e desfrutar do seu tépido conforto. Para que melhor entendais o que sois, e a dádiva que é a própria Vida.

Ela, em si, é tudo de que necessitais. E, em seu transcorrer, encontrareis sonhos e desilusões; que vos farão sorrir e chorar, cada qual a seu turno.
E estareis vivos, em vossos sorrisos e em vossos prantos. E eu vos digo: atentai para ambos. Porque é neles que está a chave da vossa compreensão.
Alguns vos dizem que o homem se conhece por seus atos, como as árvores por seus frutos. Eu, entretanto, vos digo que os frutos não existiriam, sem as raízes; e, mais do que os atos do homem, importa saber as causas que os determinaram.

Pois não é herói aquele que pratica a proeza sob o desespero do medo; como não é vilão aquele que erra por não lhe restar outro caminho. Eis que ambos, um e outro, apenas fizeram o que lhes foi possível.

Atentai, portanto, para as vossas idéias e os vossos sentimentos: são eles as portas que vos podem levar ao vosso verdadeiro Eu.
E aprendei a gozar a dádiva da Vida.

Assim, a entendereis. E, quando o conseguirdes, tereis aprendido que nela nada existe para ser entendido.

Deixai que eu vos repita: a Vida é o mar, e sois os peixes. A vida é o céu, e sois as estrelas.

É assim que é; e não vos cabe mais do que aprender a nadar, para que melhor vos possais mover por ela.
Ou aumentar o vosso brilho, para que as trevas não se formem à vossa volta

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