O Árabe

Idéias, sentimentos, emoções. Oásis que nos ajudam a atravessar os trechos desérticos da vida...

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

A BUSCA E A LUZ

É para a luz, que nascemos.

Sempre haveremos de buscá-la. E, ainda que por vezes nos envolva a escuridão aparente, o nosso verdadeiro Eu será capaz de encontrar o seu caminho para o esplendor do Infinito.

Deveis atentar para esta verdade. Porque, quando a tiverdes assente em vós, eis que tudo vos aparecerá sob um novo prisma; outros se tornarão os vossos valores, e outra será a vossa compreensão da Vida.

Então, estareis livres do jugo do tempo e do espaço. E abandonareis as vossas angústias, como o pássaro recém-nascido abandona o medo que o prende ao ninho e o impede de voar.

Certo é que o tempo vos envolve, como um oceano sem fim; e que necessitais percorrer os espaços deste mundo. Entretanto, é igualmente certo que dispondes da eternidade; e o espaço é apenas uma ilusão do corpo.

Como as notas da canção, podeis viajar no sopro do vento. E, como nos vossos sonhos mais lindos, sois capazes de voar ao encontro da felicidade; que inutilmente perseguis ao vosso redor, porque é dentro de vós que a ireis encontrar.

Em vós, estão as asas que vos podem levar ao Coração do Universo. E, se não o percebeis, é apenas porque demasiadamente vos apegais às vestes que vos recobrem em cada etapa da jornada.

Deixai-me lembrar-vos, entretanto, que no perfeito equilíbrio do meio se encontra a sabedoria. E, se de sentimentos não podeis alimentar o vosso corpo, por certo não é o pão cotidiano que alimentará a vossa alma.

Porque muito alem da matéria vão os vossos sonhos. Que não refletem apenas as necessidades do corpo, mas também os anseios do vosso verdadeiro Eu, na sua incessante jornada em busca da luz.

É assim que é. E, como o barqueiro sábio combina a velocidade das velas à segurança dos remos, deveis saber dividir-vos entre as exigências do mundo e a realidade do Universo.

Deveis cuidar do vosso corpo, preservando-o e atendendo às suas necessidades, para que melhor vos possa servir. Entretanto, precisais também atender ao vosso verdadeiro Eu.

Cuidai para que não apenas vos saciem os alimentos, mas vos encantem o seu cheiro e sabor; para que no sexo possais encontrar não apenas a satisfação do corpo, mas a plenitude da alma.

Lembrai-vos de ouvir a musica do regato, quando nele vos banhardes; permiti que vos enleve o brilho das estrelas, quando por elas traçardes a vossa rota, e admirai o dourado do trigo, antes de colhê-lo para que em pão se transforme.

Aprendei a amar, nas vossas mulheres e nos vossos filhos, não apenas a sua beleza e o vosso orgulho, mas a essência do Ser, que necessita unir-se à vossa própria essência, para que possais caminhar verdadeiramente juntos.

Cultivai em vós a paz, a tolerância e a compreensão. Aprendei a perdoar, para que o ressentimento não seja um grilhão em vossos pés, atando-vos àqueles que, julgais, vos tenham ofendido.

Lembrai-vos de que sol e lua precisam encontrar-se, para que possa existir a beleza do crepúsculo; como o céu e a terra se unem, para formar o encanto do horizonte. Atendei às necessidades do corpo, mas cultivai também o aprendizado, em vosso verdadeiro Eu.

E mais breve se tornará a vossa jornada para a luz.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

DA IMORTALIDADE

Temeis a morte.

E não percebeis que a imortalidade já existe em vós. Porque a canção da Vida, que ressoa em vosso coração a cada minuto, se fará ouvir por toda a eternidade e estará presente em cada um de vossos dias.

Tranquilizai-vos quanto ao tempo, portanto. Pois, embora ele não vos pertença, cada um de vós dele poderá desfrutar; e o seu quinhão, em cada jornada, não será maior nem menor do que o necessário.

E que tampouco vos preocupe a riqueza; ou o poder, ou mesmo a beleza aparente. Porque estas são ilusões do corpo e a ele não sobrevivem; assim como a espuma se desfaz, tão logo a onda se quebra na praia.

Entretanto, eis que o mar continua a existir. E a formar incessantemente outras ondas, que da mesma forma farão correr a espuma, até que cada uma na praia a seu turno se desfaça.

É assim que é. E eu vos faço notar que, embora cada onda vos pareça diferente, da mesma água são todas formadas; é a mesma a sua essência, que apenas se renova quando assim determina o tempo.

Eis que o viajante não deixa de ser o mesmo, ao trocar as suas vestes; como a lua de hoje é a mesma de ontem, embora durante o dia oculta estivesse aos vossos olhos.

E, se não percebeis esta verdade, é porque alem das aparências não alcança a vossa visão. Pois os sentidos do corpo são limitados às dimensões da matéria, enquanto a Vida reside no Coração do Universo.

Afastando de vós o temor à morte, é que ireis perceber o sentido da Vida. E apenas ao descobri-la como verdadeiramente é, sereis capazes de desfrutar da sua plenitude.

Porque, em verdade, o segredo da imortalidade não está em viver para sempre; mas em aproveitar cada minuto de cada dia, com a gratidão pela existência e a esperança de um futuro melhor.

Como a felicidade não está em possuir tudo que se queira, mas em apreciar tudo aquilo que se tem; e o amor não está nas carícias, nem nos beijos, mas na emoção que nos invade ao contemplar o ser amado.

Deixai-me lembrar-vos que a força não está nas pás do moinho, mas no sopro invisível do vento; nem no fragoroso rugido da cascata, mas nas águas que a formam.

Esquecei os vossos medos, varrei as vossas angústias; abandonai as ilusões do corpo, para que ao vosso verdadeiro Eu possa chegar a canção do Infinito. É assim que encontrareis a imortalidade.


Em cada minuto de vossas vidas.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

O UNIVERSO E O SOFRIMENTO

Como na natureza se sucedem o dia e a noite, a tempestade e a calmaria, em vossos dias se alternam tristezas e alegrias.


E assim acontece porque, como o aço encontra a sua melhor têmpera entre o calor da forja e a frieza da água, o vosso verdadeiro Eu necessita das lágrimas e dos sorrisos; como a planta precisa da chuva e do sol, para florescer em toda a sua plenitude. 


Em verdade, sem conhecer o sofrimento não saberíeis apreciar a felicidade. É o homem enregelado entre as trevas da noite, que mais ansiosamente aguarda o nascer do sol. 


Como apenas sabe o valor da companhia aquele que já amargou a solidão; e só o órfão conhece, em seu coração, a saudade sem fim da mão carinhosa que arrumava as cobertas sobre o seu corpo adormecido.

 

É assim que é. Porque ao homem não é dado medir o valor das coisas, senão pelas suas próprias necessidades. E aquele que hoje atira fora as suas posses, é o que mais duramente sentirá a pobreza do amanhã.

 

Desconheceis, entretanto, esta verdade. E, quando as dificuldades batem à vossa porta, nelas não sabeis reconhecer a face do Aprendizado; sobre elas lançais as vestes da revolta, como se assim pudésseis cobrir a sua fria nudez.


Ou permitis que vos envolva o manto cinza do desânimo, que aos vossos olhos oculta as cores da Vida. E, ao encerrar-vos em vossa própria tristeza, ignorais o chamado carinhoso do Universo, que ressoa em vós.

 

Deixai-me dizer-vos que de si mesmo o desespero se alimenta. E se torna cada vez maior, até encobrir toda a vossa visão, privando-vos de encontrar os caminhos para a solução dos vossos problemas.

 

Afastai de vós, portanto, o desespero. E, longe de atentar para os seus brados soturnos, buscai ouvir a canção da esperança; que se faz presente em cada flor que brota, em cada manhã que nasce, em cada criança que sorri.

 

Afastai de vós a revolta. Tende presente que o Infinito não vos castiga; o sofrimento é apenas a ferramenta do aprendizado. E as vossas próprias ações, que o trazem aos vossos caminhos, poderão igualmente levá-lo de vós. 


Aprendei a conviver com a tristeza. Pois assim descobrireis que na sua origem existe sempre uma alegria; a flor, hoje murcha e tombada ao solo, um dia ao seu redor espalhou a beleza e o perfume. E em outras flores reviverá.

 

Aprendei que o tempo carrega, em suas dobras, todos os vossos problemas; assim como os traz, os levará. E não é sábio lastimar-vos, mas encontrar as vossas próprias soluções.

 

Porque não existe a plenitude sem o Conhecimento. Dele necessitais, para que possais, enfim, descobrir que nenhum dos vossos problemas será capaz de vencer a força do Universo, que existe em vós.

 

No vosso verdadeiro Eu. 

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

UM ROSTO DE MULHER

Um rosto de mulher.

Apenas mais um, perdido em meio à multidão. Uma completa desconhecida, que por um instante corporificou um desejo, incorporou uma esperança, deu face a uma ilusão.

Porque assim são os sonhos: como janelas que se abrem, entre o cinza da realidade, para que possamos entrever as cores da felicidade. Como o raiar de um novo dia, que devolve ao mundo a esperança de um futuro melhor.

Belo? Talvez nem tanto. Porque os sonhos não necessitam de beleza; belas são as ilusões que sobre eles tecemos, com os tênues fios da imaginação. E que, ao se romperem, nos tornam vitimas das nossas próprias esperanças.

Um rosto de mulher.

Como poderia ser um botão, a se abrir em flor; ou as notas delicadas de uma canção, preenchendo o vazio do ar. De pouco precisa um sonho, para nascer; embora por menos ainda se desvaneça.

Um brilho distante nos olhos; a lembrar o brilho de nossos próprios olhos, em um passado que cada vez se faz mais distante. Como o passar dos anos torna idoso o nosso corpo, a falência das ilusões nos envelhece o coração.

Um sorriso de convite. Pois a ilusão nos convida à felicidade, mas apenas em nós mesmos a encontraremos; como é preciso que se abram os nossos olhos, para que a luz possa afastar a escuridão.

Um rosto de mulher.

Que não tenha um nome, nem um corpo; pois deles não necessita o sonho. Que seja apenas uma esperança. Porque a nuvem, tão bela no céu, em água se desfaria, se a pudéssemos tocar.

Que seja apenas um rosto, e entre a multidão se perca. Para que continue a ser um sonho. Como é preciso que a estrela se mantenha distante, para que possa orientar o solitário viajante.

Que se torne, sim, em uma lembrança; assim, sobre ele não cairão as marcas da realidade e cada vez mais atraente se tornará. Porque as brumas do tempo tornam mais atraentes os sonhos não realizados.

Um rosto de mulher.

O rosto de uma ilusão.

Mais uma idéia sugerida pela foto do 1000 Imagens.

UPGRADE, EM 11/01/2010: Há um mês, instalamos aqui o Google Analytics. Nestes primeiros 30 dias, uma grata surpresa: recebemos 1.475 visitantes, de 23 países, a maioria do Brasil (1.205) e Portugal (221). Graças a vocês, a mensagem está sendo divulgada. E eu agradeço, de todo coração. 

Obrigado, amigos; vocês fazem o nosso oásis!   

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

DETALHES E CANÇÕES


São os detalhes. Sempre.

Algo como o brilho dos olhos, ou o jeito de olhar. Um sorriso luminoso, uma forma diferente de mexer nos cabelos; a voz, o andar. Pernas bonitas, lábios atraentes, mãos macias.

É o jeito de ser. O riso dengoso, a ânsia latente, a forma de entrega. Um gesto de carinho, um afago, um beijo demorado. São as conversas em voz baixa, a troca de idéias, a permuta de sentimentos.

E, de repente, alguém se torna especial. Como se concentrasse o mundo, a alegria do mundo, a própria essência da vida. Como se a sua presença modificasse tudo, tornasse o mundo melhor.

Como se no seu beijo estivessem todos os sabores; como se a sua pele tivesse a maciez da seda, e no cheiro do seu corpo estivessem contidos todos os aromas da natureza.

E, de repente, é como se nada mais existisse. Como se o coração se tornasse um palco, onde as cortinas se abrem para o espetáculo de um único personagem. Um espetáculo que se repete, sem perder o encanto.

É algo que vai além do corpo. É o encontro das almas, que torna doce o silêncio, ao dispensar as palavras. É a compreensão numa troca de olhares, a comunhão das mãos dadas, a ternura de um abraço.

É a plenitude, que traz a bonança da saciedade, após a tempestuosa viagem nos mares do prazer. É o desejo intenso, que se transforma em momentos de abandono e se perde no carinho infinito que sucede ao orgasmo.

É o bico delicado do seio, apenas entrevisto; é a nota de desejo que enrouquece a voz e brilha no olhar. É a viagem encantada pelo universo de um corpo que se entrega; que se contorce e vibra, retribuindo o prazer que recebe.

Mas é, também, a sensação de companhia na alma. É o conforto de um leve toque, do simples roçar dos lábios, das respirações que se misturam. É a sensação de presença, ainda que os corpos não estejam juntos.

É dos detalhes, que nasce o amor. Como da pequenina semente brota a árvore gigante, que domina a paisagem e ao seu redor espalha a vida, que se renova em cada pequenino broto caído sobre o solo.

É algo indefinível. Porque as palavras, que expressam as idéias, não conseguem dar vida aos sentimentos; às canções que elevamos diretamente ao coração do Universo.

Muitas vezes, a canção do desejo pode nascer dos vossos corpos.

Mas apenas o amor ressoa em vosso verdadeiro Eu.

A bela foto, que ajudou a sugerir o texto, é do site 1000 Imagens.

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