O Árabe

Idéias, sentimentos, emoções. Oásis que nos ajudam a atravessar os trechos desérticos da vida...

sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

FELIZ ANO NOVO!



Alegrai-vos, em vossos corações.

Sim; qualquer que seja a vossa religião, quaisquer que sejam as vossas crenças, deveis alegrar-vos; completais mais uma etapa da vossa jornada, venceis mais um trecho do caminho.
Mais um ano se vai, sobre a terra. E nele, como em todos os vossos outros anos, escalastes montanhas, vencestes abismos, atravessastes rios; superastes dificuldades, derrotas e decepções.

Porém, também colhestes flores; desfrutastes de seu perfume e de sua beleza. Caminhastes por entre vales amenos e coloridos, cultivastes novos sonhos, encontrastes vitórias, amor e alegrias.
Pois assim é o mundo; assim são todos os anos e todos os caminhos. Assim será, também, o ano que em breve terá início. E, entretanto, eis que agora o vestis com o manto das vossas esperanças.

Acreditais. E, por isto, uma centelha de amor percorre o mundo. Por isto, em todos os idiomas as pessoas falam de fraternidade e otimismo; em todas as nações, os homens se abraçam.
Deixai, portanto, que a gratidão preencha as vossas almas. E erguei as vossas vozes, em hinos que louvem aos vossos deuses. Cantai juntos, e as vossas palavras chegarão ao Coração do Universo.

Porque, não importa o nome pelo qual seja chamado, o Pai sempre ouvirá as vozes de Seus filhos. E eu vos tenho dito: nenhum filho é mais caro que os outros, ao coração de seu pai.
Comemorai o vosso novo ano, com amor e fé no coração. Dai as vossas mãos e uni os vossos corações, para integrar-vos à corrente de amizade e esperança que se espalha pelo planeta.

Festejai, em vossos lares e em vossas almas. Abraçai os vossos amigos e aqueles que amais; iluminai as vossas casas e as vossas ruas, para que também se iluminem os vossos corações.
E abraçai, em vossas almas, todos aqueles que vos cercam. Lembrai-vos de que muitos são os necessitados e deveis espalhar ao vosso redor a esmola que ajuda e a fraternidade que reconforta.

Tende presente que, se generoso é o homem que abre os cordões da sua bolsa, mais generoso ainda é aquele que abre o seu coração e distribui sem restrições o seu amor e a sua solidariedade.   

Orai, qualquer que seja o vosso idioma e a vossa crença. Agradecei ao Coração do Universo, por tudo que tendes e por tudo que vivestes no ano que se encerra. Por vossas dores e vossas alegrias.
Mas, ao orardes, não vos limiteis a agradecer. Rogai, não por vós, mas por aqueles que vos são caros e pelos desventurados que nada possuem, senão a necessidade. Também eles são vossos irmãos.

E necessitais caminhar juntos, para construir um mundo novo.

Música:
http://ohassan.dominiotemporario.com/midi vocais/1_john_lennon_imagine.mid

sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

CONFISSÕES DE NATAL




Desde a minha infância, o Natal é para mim a maior de todas as festas.
A árvore enfeitada e iluminada, a casa decorada com motivos natalinos, as canções de natal rodando na vitrola. O presépio, os panetones e bolos caseiros, queijo de cuia, nozes, avelãs, tâmaras, figos e, principalmente, as castanhas portuguesas, uma das tradições que meu pai guardava de sua terra natal.

As reuniões em casa de meu avô, na noite da véspera. Os adultos conversando e bebendo; nós, os pequeninos, encantados, brincando com as lembrancinhas que recebíamos de nossos tios. Quão pouco sabíamos da vida e como éramos felizes!
Meia-noite, a emoção da Missa do Galo; a família indo para a Igreja. Meu pai sempre se lembrava de ter esquecido algo e voltava para casa, enquanto nós continuávamos; ele nos alcançava na igreja e assistíamos à missa juntos. Na volta para casa, os nossos presentes ao pé da árvore.

Crescemos, mas a tradição se manteve. Já rapazes e namorando, eu e meu irmão tínhamos que voltar para casa, pouco antes da meia-noite, para passar o Natal com a família; lembro-me de como me aborrecia, então, por ter que deixar a namorada sozinha, nas festinhas da nossa turma.
Crescemos mais, e a vida nos afastou. Meu irmão mais velho já casado, meus pais separados; minha mãe indo morar no Rio, com meus outros dois irmãos, e eu indo trabalhar num Banco, no interior da Bahia. No meu primeiro Natal depois dessa separação, recordo que voltei à casa de meu avô, buscando reviver aquele tempo... e como chorei de saudade!

Hoje, olho em volta e ainda me parece ver aqueles natais. Meu pai e dois irmãos se foram, mas nesta época do ano é como se eu viajasse no tempo e revivesse aqueles dias; as nossas esperanças e brincadeiras, os sonhos que sonhamos juntos e não conseguimos realizar.
Apesar dos meus cabelos brancos, ainda me sinto como aquela criança. Minha mãe, hoje com 93 anos, continua a ser a minha referência de Natal e de vida. Neste final de ano, estou ainda convalescendo de uma cirurgia ótica recente; mas é com ela, meu irmão e nossa família, que mais uma vez passarei o Natal. Afinal, quem sabe até quando o poderemos fazer?

Meus filhos cresceram, por sua vez. Já têm as suas famílias, as suas turmas e os seus próprios natais. Resta-me desejar que possam ser tão felizes como foram os nossos; que encontrem nas bolas e nas lâmpadas os mesmos sonhos que tivemos, o mesmo encanto que encontrávamos a cada Natal.
A vocês, amigas e amigos, quero desejar um Feliz Natal. E, como sei que não posso recebê-los a todos em nossa casa, faço questão de trazer um pedacinho dela até vocês. Esta é a nossa árvore, a árvore que enfeita a nossa casa, e espero que gostem dela tanto quanto eu.

Assim, podemos estar juntos. E juntos vamos viver o nosso encanto de Natal!
Música:
Vejam que lindo vídeo:

sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

MOMENTOS DE SOLIDÃO


A solidão faz parte de vós.
 
Ninguém existe, que caminhe sobre a terra e não a carregue em sua alma. Podeis estar acompanhados por todo o tempo, mas haverá um momento em que vos sentireis sós.

Acostumai-vos a ela. E aprendei a desfrutar dos seus encantos e das suas vantagens; porque é em meio ao silêncio da solidão, que melhor podeis ouvir o vosso verdadeiro Eu.

Só, cada um de vós chegou a este mundo. E só estará, quando dele partir. Nada existe que possa modificar esta verdade; é só, que o homem precisa enfrentar o seu medo maior.
 
Cada um deve andar o seu próprio caminho; magoar os seus próprios pés, sorrir os seus próprios sorrisos e chorar as suas próprias lágrimas. Adquirir o seu próprio aprendizado.
Por isto, eu vos tenho dito que necessitais da solidão. E, por mais que busqueis aturdir-vos sempre com os ruídos do mundo, às vezes a sentireis mais presente e imperiosa em vós.
Momentos haverá em que vos sentireis sós. E deveis aprender a conviver com a solidão; ou  vos sentireis desesperançados e distantes de tudo, como se o mundo desmoronasse.

Como se as ondas da descrença abalassem os alicerces da frágil morada que construístes; como se olhásseis o mundo ao longe, através de janelas embaçadas e paredes tombadas.
Vereis cair os prédios erguidos pelas vossas ilusões; lamentareis o vazio das ruas por onde andavam os vossos sonhos e as suas vozes alegres cederão ao rumor da tempestade.

Então, apenas desejareis repousar o vosso infinito cansaço. Suplicareis que vossa alma descanse e vossos pensamentos voem sem rumo, como nuvens ao sopro do vento.
Desejareis voltar a acreditar, como a criança que um dia fostes; voltar a cantar, a esperar o melhor das pessoas e da vida, a enxergar alegria e cores no mundo onde viveis.
E vos sentireis como se longe estivésseis deste mundo, contemplando quem nele vive e buscando entender as suas prioridades, as suas inquietações e as suas urgências.
A solidão, porém, vos traz a liberdade de sentir o vento nos cabelos, o sol no rosto. E o direito de Ser, apenas Ser. Esvaziar a vossa mente, afastar o que vos oprime o coração.
Aprendei a conviver com a solidão. Para que ela não seja o  vosso tormento, mas a aliada que vos traz as asas de que necessitais, para percorrer novos caminhos de vossa jornada.
Na busca do vosso verdadeiro Eu.
 Música:

sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

A VIAGEM DO TEMPO



No tempo, viajam as vossas dores e as vossas alegrias.

Assim, eu vos tenho dito; e, mais do que eu, a Vida vos tem ensinado esta verdade. Pois, hoje, as vossas frustrações e vitórias do passado vivem apenas em vossas lembranças.

A umas, sobrevivestes; e às outras vos habituastes. Porque, para seguir adiante, o homem necessita enterrar os seus sonhos mortos; e plantar novos, às margens do caminho.

Assim é. E, se esta lição houvésseis aprendido, não vos desesperaríeis em cada queda; nem vos alegraríeis tanto, a cada montanha vencida. Mais de ambas, voltareis a encontrar.

É certo que lamenteis as derrotas e comemoreis os vossos sucessos; pois umas e outros vos indicam o melhor caminho, para que mais cedo possais completar o aprendizado.

Porém, a maior lição é a efemeridade de cada uma das vossas jornadas sobre a terra. Quando a aprenderdes, percebereis que ainda mais efêmeros são os vossos momentos.

Aprendereis a dimensionar os vossos sofrimentos. Porque sabereis que não se alongam pela Eternidade; se tiverdes a força de seguir em frente, logo os tereis deixado para trás.

E dimensionareis também as vossas alegrias. Porque tereis percebido que cada degrau vencido é apenas um passo para o próximo, e precisais chegar ao fim da escada.

Não vos angustieis excessivamente, portanto, com as vossas lágrimas; um dia, elas terão secado e a sua causa terá sido esquecida. Nesse dia, sereis capazes de sorrir novamente.

Nem vos empolgueis demasiado com os vossos sorrisos. Tampouco um sorriso pode durar para sempre; e um dia se ausentará de vosso rosto, cedendo lugar a uma nova lágrima.

Tudo, o tempo vos levará: sonhos e desilusões, sucessos e fracassos, alegrias e sofrimentos passarão por vós; e não os podereis reter, senão em vossas lembranças.

Aproveitai, portanto, cada minuto em que deles vos for dado desfrutar. Mergulhai em vossos amores, inebriai-vos com as vossas paixões, vivei intensamente as vossas vidas.

Saboreai, gota a gota, os vossos sucessos; e sorvei também o amargor de vossos fracassos. Assim aprendereis que a Vida não é uma guerra, mas a jornada do aprendizado.

Aceitai a passagem do tempo. Pois, se ele vos levará a beleza e o ímpeto da juventude, em troca vos trará a sabedoria e a paz interior, que só a maturidade pode conceder. 

Sim; tudo, o tempo vos levará. Enquanto vos conduz ao Conhecimento. 

Música: 
http://ohassan.dominiotemporario.com/midi%20vocais/enya_onlytime.mid

Uma tradução: http://youtu.be/nlgtyKrDmZw

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