O Árabe

Idéias, sentimentos, emoções. Oásis que nos ajudam a atravessar os trechos desérticos da vida...

sexta-feira, 29 de maio de 2015

O TEATRO DA VIDA


Temeis a passagem do tempo.
 
Quando deveríeis, antes, aproveitá-la ao máximo. Porque cada minuto que chega vos oferece uma nova chance para serdes felizes, mas uma vez passado não mais voltará.

Guardai sempre em vós esta verdade. E assim vereis que não é sábio angustiar-vos por causas efêmeras, quando tanto tendes a agradecer, a começar pela própria Vida.

Sensato não é o homem que se angustia por ver pelo meio o seu poço; mas aquele que com gratidão mergulha o seu balde, e delicia-se com o sabor da água fresca e cristalina.
Sensato não é o navegante que amaldiçoa o mar encapelado; mas aquele que com sabedoria posiciona as velas, e em seu coração agradece pela solidez do seu barco.

Sensato não é o enamorado que se desespera com a separação; mas aquele que, por entre as lágrimas de saudade, sorri docemente, ao recordar os momentos de felicidade.
Sensato não é o homem que se desespera pela partida de um ente querido; mas aquele que agradece pelo tempo em que lhe foi permitido desfrutar da sua abençoada companhia.

Sim; não deveis temer o tempo. Até porque ele nada vos toma, que antes não vos tenha trazido; e, por certo, para cada coisa que vos levar, algo valioso vos deixará em troca.
Pois, se vos rouba a rapidez do caminhar, eis que vos ensina como cada passo vos pode levar mais longe; e, se leva o vigor da juventude, traz a experiência que ensina a viver.

O tempo não é vosso inimigo; nem vosso aliado, tampouco. É apenas o ambiente onde vos moveis; o cenário onde representais o vosso papel, no teatro da Vida.
Se assim é, apenas de vós depende escolher entre a tragédia e a comédia, o romance e o drama; porque cada um de vós é o produtor, o protagonista e o diretor da sua própria peça.

E, se não vos cabe a escolha do roteiro, é inteiramente vosso o direito de escolher como desempenhareis a parte que vos cabe, até o momento de retornar aos bastidores.
Escolhei sabiamente, portanto. Porque sois também o vosso público e os vossos críticos; 
de cada vez que a cortina cair sobre o palco, aplaudireis ou apupareis a vós mesmos.

Aprendei a usar o vosso tempo. Nada levareis de cada ato, senão o que nele houverdes aprendido; e apenas ao fim da peça, festejareis ou lamentareis o vosso desempenho.
Em vosso verdadeiro Eu.

Música:
 

sexta-feira, 22 de maio de 2015

O CAMINHO E AS PORTAS


Muitas portas encontrareis, em vosso caminho.

E cada uma delas vos levará a um cômodo, que vos abrigará e onde permanecereis por mais ou menos tempo, conforme a vossa vontade, até que chegue o dia de seguir.

Pois a todos eles devereis deixar, cada um por seu turno, para que possais continuar em frente. O homem que se assenta à margem do tempo, não merece o tempo que lhe é dado.
Prosseguir é a essência da Vida.; aquele que se detém, atrofia-se e morre. A evolução não caminha para trás; nem interrompe a sua marcha, em respeito aos vossos desejos.

Seguireis, sempre; esta verdade é inegável, em todos os campos da vossa vida: nos vossos amores, no vosso trabalho e até mesmo em vossos pensamentos e vossas ideias.
Cuidai, todavia, de não fechar as vossas portas. De cada vez que deixardes um cômodo, certificai-vos de que a ele podereis regressar, se um dia necessário se tornar esse retorno.

Embora a Vida não retorne sobre si mesma, às vezes devereis voltar a um caminho já percorrido. E o que será de vós, se houverdes fechado as portas que vos abrigaram?
Mais fácil é subir a montanha, do que permanecer no seu topo. E, se um dia necessitardes descer de volta a vertente, o que fareis sem os apoios que desprezastes?   

Sede honestos e dedicados, em vosso trabalho; leais com os vossos amigos, apaixonados por vossos amores e corteses para com todos que cruzarem os vossos caminhos.
Fazei da honestidade a vossa melhor recompensa; escolhei a verdade, ainda que vos possa fazer ruborizar, para que não empalideçais depois, quando à tona vier a mentira.

Dai o melhor de vós, ou cobrareis a vós mesmos; sede pródigos em vossos elogios e economizai as vossas críticas. Espalhai gentileza a vosso redor, e de volta a recebereis.
O homem que compõe a canção é o primeiro cujos ouvidos são acariciados pela sua harmonia; e aquele que planta uma flor, desfrutará da sua beleza e do seu perfume.

Entretanto, aquele que semeia cactos deverá lidar com os seus espinhos; e quem distribui ofensas, por certo nada receberá senão novas ofensas. Cada um colhe o que plantou. 
Mantende abertas as vossas portas. Porque algum dia podereis retornar a vosso passado; e o que fareis, se as pedras que houverdes semeado vos forem lançadas de volta?

Mantende abertas as vossas portas. E tereis a certeza de terdes feito um bom caminho.

Música:
        

sexta-feira, 15 de maio de 2015

A INSATISFAÇÃO E A ESPERANÇA


Eu vos tenho alertado sobre a insatisfação.

Porque, uma vez que a tenhais acolhido em vós, difícil vos será desalojá-la. Ao contrário: certo é que que a vereis crescer, como a erva daninha que aos poucos invade o gramado descuidado.
E, ao ocupar a vossa alma, dela expulsará a doce sensação de felicidade. Pois, como a água e o óleo, que não se misturam, a insatisfação e a paz não podem conviver em vossos corações.

Ao insatisfeito, nada parece bastar. Ainda que a mesa seja farta, o desejo por novos pratos lhe rouba o apetite; ainda que o amor ande em seus caminhos, mais desejará da sua companhia.
Sim; mesmo que repleta esteja a sua bolsa, mais moedas pretenderá o insatisfeito. Ainda que cheio se encontre o seu poço, suficientemente pura não lhe parecerá a água que contém.
 
Assim procede o insatisfeito. Na agonia de desejar o que não tem, deixa de desfrutar do que possui. Na ânsia de possuir as flores do vizinho, muitas vezes deixa morrer o seu próprio jardim.

Acautelai-vos deste mal. Pois o homem sensato não se angustia por não serem douradas as suas vestes, mas a elas se aconchega, sentindo o calor abençoado que ao seu corpo transmitem.
Nem lastima a falta de pratos sofisticados, mas saboreia aqueles que lhe são servidos, agradecendo ao Universo pela dádiva inestimável do alimento, que vem sustentar o seu corpo.

Sábio não é aquele que se desespera na madrugada, ante a ausência da amada, mas o que encontra conforto na sua lembrança e aguarda o amanhecer, para abraçá-la novamente.  
Deveis, sim, desejar sempre mais. Até porque a evolução é uma constante na natureza, e a razão maior das vossas jornadas. Tende presente, entretanto, que é de vós que depende o evoluir.

E, por certo, não é assim que o encontrareis. Pois ninguém colhe senão o que semeia; e ao cultivar a insatisfação nada podereis colher, senão a frustração e o sofrimento que a acompanha.
Feliz é o homem que conhece a aceitação. E não se revolta com o que lhe falta, mas abençoa o que possui; e trabalha por um futuro melhor, onde possa ter tudo aquilo com que sonha.

Porque sonhar é bom. O sonho é a matéria prima de todas as vossas realidades e o trabalho é o processo que necessitais desenvolver, para que sejais capazes de construí-las.
É com alegria, que deveis realizar esse trabalho. Mais proveitosa é a seara, quando a terra é fértil; e não é com a insatisfação, mas com a esperança, que deveis adubar os vossos sonhos.    

sexta-feira, 8 de maio de 2015

A VOSSA MELHOR COMPANHIA


Atentai para a solidão que existe em vós.

Assim, eu vos tenho dito. Pois ela pode ser o câncer invisível a corroer-vos a alma e gerar reflexos em vosso corpo; nela, estão as causas de muitos dos males que vos acometem.

Inegável é que a solidão faz parte de vós. É no seu silêncio e na sua quietude, que o vosso verdadeiro Eu assimila as lições do dia-a-dia e avança na jornada do aprendizado.
É nela, também, que a vossa alma viaja. Voa pelas regiões insondáveis da imaginação, percorrendo as vossas montanhas e os vossos abismos, em busca do autoconhecimento.

E é nela, ainda, que o vosso coração repousa. Que examina os vossos sentimentos, cura as vossas mágoas ou desfruta das deliciosas lembranças dos momentos de afeto.
A solidão é parte de vós. E, como tudo que do Universo recebestes, da vossa escolha depende a forma como a usareis, para que vos ajude ou estorve em vossos caminhos.

Porque podeis aprender a conviver com ela, e utilizá-la para acelerar o vosso crescimento; ou podeis envolver-vos em seus braços mornos e permanecer inertes, à beira da Vida.
Aceitai a solidão. Assim aprendereis a valorizar a companhia, sem dela depender; a seguir em frente, a decidir os vossos passos sem que nada ou ninguém vos necessite guiar.

E sabereis apreciar a mão que por vezes acaricia os vossos cabelos, o coração que bate junto ao vosso, o corpo que aquece o vosso corpo, os olhos que buscam os vossos olhos.
É por isto, que mais uma vez vos repito: aprendei a ver a solidão como o que é realmente é; uma das ferramentas do vosso verdadeiro Eu, para o retorno ao Coração do Universo.

Não é a solidão que vos deve amedrontar, mas a incapacidade de desfrutar da companhia. Não é o viajante sedento que se arrisca no deserto, mas o que não vê o oásis benfazejo.
Guardai-vos de temer a solidão. O homem cultiva as suas próprias fobias e vossos medos podem abrigar-se em vós, como ervas daninhas que sufocam o vosso verdadeiro Eu.     

Assim, aquele que mais teme a solidão é o mesmo que em si a abriga. E, ao cultivá-la, perde-se em seu próprio mundo; nada vê, ao seu redor, que faça a vida valer a pena

A vossa solidão é fruto da vossa inquietude. E a vencereis, quando aprenderdes a amar a vós mesmos; é assim que tereis, em todos os momentos, a melhor companhia.
A companhia do vosso verdadeiro Eu.

Música:
        

sexta-feira, 1 de maio de 2015

A ARTE DE AMAR



Temeis, acaso, que as adversidades destruam o vosso amor?

Não o deveríeis fazer; é exatamente nelas, que o amor mais se fortalece. O abismo não interrompe a vossa jornada; antes vos leva a unir-vos, para construir a ponte.
 
Sim; as adversidades que juntos enfrentais, aumentam a vossa união. E sabeis que é graças à união dos tijolos, que a parede consegue resistir à força inclemente do vento.

Não é a elas, que deveis temer. Nem aos rivais que possam surgir em vosso caminho; o amor, enquanto existe, não tem olhos nem ouvidos, senão para o ser amado e a sua voz.

Estai atentos, contudo. O perigo não está na tempestade, cujos estrondos vos alertam; mas na chuva silenciosa e contínua, que ensopa o solo e faz desabar a vossa casa.

Não é o relâmpago, cuja luz ofuscante vos apavora, a ameaça à represa; é o pequenino furo, que surge em um dos seus muros e aumenta com a água que vaza, até fazê-la ruir.

Não é o leão, que ruge irritado em sua jaula, uma ameaça à vossa vida; mas a bactéria, tão pequenina que nem a veríeis, não fossem os vossos mais potentes microscópios.

Assim acontece ao amor: não são as dificuldades que o abatem, mas as coisas comuns do dia-a-dia. Nem as grandes discussões, mas as pequenas discordâncias.

Nem por um momento, deveis temer que alguém possa roubar o vosso amor; nem que ele termine de repente. Ninguém, senão vós mesmos, poderá causar a vossa separação. 

O amor que finda, não explode; implode. E o seu final não vem quando estais zangados com aquele a quem amais, mas quando nada que ele faça vos incomoda ou agrada.

A zanga não é o oposto do amor, mas uma das suas múltiplas faces; o enfado, sim, é o seu oposto. Podeis perdoar a quem vos irrita, mas não àquele que vos é indiferente.

Cuidai-vos da rotina. É nela que reside o maior perigo para o amor; como é na superfície aparentemente tranquila da areia movediça, que o incauto corre o risco de afundar.
 
Se quereis preservar o vosso amor, preservai as vossas individualidades e respeitai-vos mutuamente. Sabei que o vosso amado não é vosso dono, nem algo que vos pertence.

Porque amar não é possuir alguém, nem submeter-se a alguém.  

É a arte de estar juntos, enquanto cada um segue o seu próprio caminho.

Música:

http://ohassan.dominiotemporario.com/midi vocais/simone_dia_branco.mid

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